Essa Sou Eu, Priscila


Cristiane Luz

Tenho comigo sempre lutar pelo que acredito: metas, objetivos, essas coisas…
Procuro realizar minhas metas na medida do possível e, como uma boa sonhadora, acredito fielmente na concretização de todos os meus projetos.
Mas e quando nós mesmos tentamos nos boicotar? Quando nossos propósitos, nossos ânimos e nosso humor mudam de um dia para o outro?
Esses dias, assisti a uma série indicada por minha irmã. Chama-se Modern Love T: 01 Ep. 03.
A personagem Lexi, interpretada por uma das minhas atrizes prediletas, Anne Hathaway, acordava pela manhã sempre com um humor diferenciado.
Algumas vezes, estava pronta para se apaixonar e cheia de vida; outras, a cama era o seu refúgio. Durante o episódio, perdeu relacionamentos, foi demitida do seu emprego, questionou-se várias vezes sobre a sua vida. Em algumas ocasiões, estava pronta para dançar na chuva; em outras, pronta para abraçar as nuvens e buscar seus sonhos. Outras vezes ainda, fazia um esforço tremendo para ter uma vida normal, não ficar melancólica — por exemplo —, assumir seus compromissos e continuar sendo ela mesma.
Foi no finalzinho da série que, ao se aconselhar com uma amiga, ela desabafou. Sofria de TAB — Transtorno Afetivo Bipolar.
Muitas pessoas não conhecem os mecanismos cerebrais, sendo estes a engrenagem da vida. Comparando o nosso corpo com um carro, o cérebro é nosso motor e sem ele não recebemos estímulos físicos nem emocionais. O óleo do motor cerebral se chama serotonina e a falta dele causa dificuldades na vida cotidiana. Uma pessoa com TAB sabe diferenciar seu cotidiano, mas o corpo não reage se não houver estímulos. O transtorno pode ocasionar sensações de ruína e tristeza profunda, bem como, em oposição, a euforia extrema e sensação de poder.
Algumas cenas mostravam a Lexi dançando na rua após paquerar no estacionamento; outras, ela tentando se levantar da cama para dar início a sua vida social e, até mesmo, ir ao trabalho.
O episódio finalizou quando a personagem fez o pedido de socorro em confidências com a amiga, que, prontamente, a acolheu.
Mas quantas pessoas não pedem ajuda por medo, vergonha ou, principalmente, por desconhecerem os próprios sintomas? Devemos buscar algum tipo de auxílio quando não estamos nos sentindo bem, quando observamos que algo está diferente em nosso corpo, em nossa mente e em nosso coração.
Quando minha irmã sugeriu a série eu já sabia do que se tratava, porque ela lida diariamente com o TAB, fazendo o tratamento adequado com a devida orientação médica. Ela apenas me sinalizou: “Essa Sou Eu, Priscila, muito prazer.”.

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Cristiane Luz

E-mail: crisluz1311@gmail.com

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