Crônica do Cotidiano


Cristiane Luz

Quando eu ouvi o barulho da chuva pela janela, suspirei de alívio ao perceber que não precisava levantar cedo.

Essa sensação foi ótima. A preguiça imperava no meu corpo naquela manhã. Meus olhos fecharam-se novamente.
Acontecimentos me vieram à mente, eram situações vividas de algum tempo atrás.

Cada indivíduo possui qualidades únicas, alguns são mais compreensivos, outros, com uma dose de insegurança, procuram agir na defensiva a maior parte do tempo. As situações do cotidiano ajudam a observar os comportamentos.

Por exemplo, um dia desses, ao pegar o ônibus para o trabalho, o motorista tornou-se parte da minha história. Ele percebeu que o veículo que dirigia apresentava um problema, mas fez o possível para deixar seus passageiros no horário sem a possibilidade de atraso ao destino. Esse rapaz tornou-se o meu herói e de tantos outros naquele dia.
Assim também acontece na escola, na faculdade ou no trabalho, ou seja, o quanto fica tudo mais colorido e acalorado quando somos recebidos com um bom dia que, inclusive, começamos a desejar a todos a nossa volta.

A verdade é que todos temos problemas. Uns problemas são mais delicados, outros, por sua vez, são mais fáceis de serem resolvidos, mas, quando você expressa gratidão e procura fazer o seu melhor no cotidiano, parece que tudo fica mais claro, até a tomada decisão.
Pensei também nas aulas de dança de segunda, no qual também faço parte. No horário determinado, um grupo de pessoas encontra-se para descontrair, dar risadas e dançar. Cada um com sua bagagem diária, com suas lutas do cotidiano, mas, naquele momento, prontas para se divertirem e aprenderem os “passinhos de dança” que são ensinados pela professora, graduada na arte de fazer sorrir.
De alguma forma, estamos todos interligados, em casa, no trabalho, na faculdade, no grupo de estudos, nas aulas de dança. Sempre temos algo para doar e algo para receber. Nada é por acaso. Palavras trocadas, vivências divididas. Em algumas ocasiões, somos anjos salvadores, como o caso do motorista, um trabalhador honesto que deixou sua família em casa e iniciou a sua jornada sabendo que muitos outros trabalhadores também estavam
fazendo o mesmo ao entrar no ônibus ou, no caso da professora, que reúne seus alunos sedentos por um momento de aventura na dança.

Somos um espiral evolutivo, conectados até atingir a sua forma perfeita. Não conseguimos chegar sozinhos, precisamos dessa troca de energias, vivências e aprendizados. Somos meras criaturas engatinhando nessa longa jornada que é a vida. Cada um no seu cotidiano...

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Cristiane Luz

E-mail: crisluz1311@gmail.com

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