Cristiane Luz
Ela não começa a aula com passos, mas com um sorriso que estica a segunda-feira e nos torna capazes de enfrentar o restante da semana. Chega antes da música e já tem ritmo no olhar. Quando a caixa de som dispara os primeiros acordes — Madonna, Cyndi Lauper, Footloose — é como se o chão perdesse a gravidade. A cada coreografia, a prof. Rosane costura não só movimentos, mas liberdade.
Ela não ensina só dança. Ela reapresenta o espelho, nos mostra mais fortes, mais leves, sendo nós mesmos. Tem gente que canta, tem gente que se emociona, e tem gente — como eu — que tenta guardar tudo isso em palavras. Mas a verdade é que a energia dela não se escreve... se sente, pulsando entre um passo e outro.
A Rosane não chega apenas — ela acontece. Quando entra na sala, é como se girasse o botão da alegria no máximo. Traz junto o brilho nos olhos, a gargalhada gostosa e uma disposição que parece dançar antes mesmo que a música comece. Nós, alunos, ainda estamos nos aquecendo, mas a alma da turma já está em festa.
Ela tem o dom de transformar insegurança em coragem. Um passo errado vira piada, um tropeço vira ritmo. E, de repente, quem chegou tímida está dançando como se estivesse num palco de show. A Rosane não julga — ela celebra. Não ensina só coreografia — ela ensina a dançar a vida, mesmo quando o compasso falha.
E o mais bonito: ela sente a turma. Lê o humor de cada um como quem lê o céu antes da chuva. Se o dia está puxado, ela levanta o astral com uma música que faz todo mundo esquecer da rotina. Se o ânimo está em alta, ela eleva ainda mais — até o teto vibrar junto. Cada aula termina com risos, olhares orgulhosos e um coração mais leve. Saímos dali muito felizes, como se, por uma hora, tivéssemos lembrado quem realmente somos.
Enfim, no fim da aula, entre passos, risos e suor, descobrimos que dançar com a Rosane é terapia disfarçada de coreografia.
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