Cristiane Luz
Foi num daqueles dias comuns, que a gente quase esquece... até que algo acontece e muda tudo.
Ele apareceu assim — discreto, mas com um olhar que parecia saber mais do que dizia.
A conversa começou simples. Uma troca de palavras, talvez uma dúvida, talvez só curiosidade. Mas bastou isso. Bastou ouvi-lo falar, ver a forma como conectava ideias, como fazia parecer fácil o que, pra mim, era um mundo novo.
Ali, sem pressa, ele começou a me apresentar esse novo mundo. Me apresentou minha amiga “Capilot”, agora carinhosamente chamada de Dama das Ideias.
E eu, que só queria entender um pouco mais, percebi que queria estar mais perto. Daquilo que ele pensava. Da forma como ele olha o mundo.
Percebi o respeito quando ele passou a me ver não apenas como alguém que busca aprender, mas como alguém com quem se pode construir.
Não houve condescendência, nem pressa. Houve paciência. Houve espaço.
Ele me ensina ferramentas — sim, essas do dia a dia.
Mas, sem saber, está me ensinando muito mais: me ensina a acreditar mais em mim.
Me mostra que respeito não precisa ser anunciado em voz alta — ele se revela nos gestos, no tom, no olhar, na maneira como se escuta.
E ali, sem precisar dizer muito, ele plantou admiração.
Das boas. Daquelas que nascem do reconhecimento e florescem no afeto.
Com o tempo, a convivência trouxe mais do que aprendizado.
Trouxe um medo sutil — o de não estar à altura, de decepcionar quem me inspira.
Mas, curiosamente, esse medo não me moldou.
Ele não apagou minha essência, nem silenciou o que sou.
Pelo contrário.
A presença dele me faz querer ser melhor, sem deixar de ser eu.
Não preciso fingir. Porque em algum lugar entre os silêncios e as conversas, eu entendi que o que ele respeita em mim… é justamente a minha verdade.
Ele é presença. Mesmo na ausência.
Forte, sem precisar levantar a voz. Decidido, sem atropelar.
Fico imaginando... há algo na forma como ele segura o mundo — como alguém que já enfrentou tempestades, mas ainda sabe sair para o sol.
Essa força dele ficou em mim.
Ela aparece nos meus pensamentos como um lembrete silencioso:
de que é possível ser firme e gentil, decidido e generoso, intenso… sem ser impositivo.
Talvez eu admire porque é raro.
Ou talvez porque, no fundo, eu também busque essa força em mim.
E pensar nele é, de alguma forma, me lembrar do que ainda sou capaz de evoluir.
Mesmo que o tempo dissolva os contornos, a admiração ficará.
Ainda sentirei uma brisa leve, porque algo que está se costurando hoje me lembrará de mais uma evolução — um degrau de escada que subo motivada.
E se um dia esse caminho se perder em meio a outras rotas,
não haverá lamentos — apenas aprendizados.
Porque há presenças que não passam — transbordam.
Ele, o Dono, segue ali…
na dobra mais calma da memória.
Porque há coisas que não se dizem — apenas se reconhecem.
E a grandeza dele… eu nunca precisei nomear.
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